Meu nome é Thiago Castro, sou diretor e fundador da Bucaneiros Jogos.
Já joguei dezenas de horas de Frostpunk (digital) e antes de jogar o board game, joguei novamente o digital para estar com a mente bem fresca para as diferenças mais notáveis de uma obra e outra.
Meu intuito não é ensinar o jogo ou resumir do que se trata, e sim de falar da sensação de jogar “Frostpunk: The Board Game”, comparando ele ao digital, vindo de um fã do título (inclusive já comprei a pré-venda do Frostpunk 2!)
Complexidade do jogo (opinião polêmica)
Nosso grupo é um tanto “heavy gamer” devido ao perfil da Bucaneiros (desenvolver organizadores para jogos com muitos componentes). Eu particularmente jogo há 10 anos todas as semanas (às vezes mais de uma vez) e entendo sim que para alguns esse jogo pode parecer ter muitas regras (e tem sim muitos detalhes!), porém essas regras não são COMPLEXAS na minha visão, pois as regras são apenas trabalhosas (você precisa executar muitas ações ao final de toda rodada por exemplo), mas não é necessário ler FAQ, estudar minúcias e muito menos ler incansavelmente sobre as melhores estratégias para vencer (exemplos do que eu consideraria chato e complexo).
No fórum (internacional) do Board Game Geek a complexidade do jogo está atualmente em 4,34 de 5. Dito mais complexo (ou pesado) que Terra Mystica (3,97) e Barrage (4,11) que é um dos jogos mais PUNITIVOS que já vi, caso você entenda errado as regras explicadas por algum colega no começo da partida, já era teu jogo inteiro em menos de metade do jogo, ou seja, em minha opinião o jogo ser complexo de ler/entender o caminho para se jogar, conta muito para a complexidade e peso dele, e não é o caso do Frostpunk.
Talvez essa percepção seja devido a minha experiência do jogo digital ou de board games em geral? Não sei dizer, mas fica meu relato pessoal, eu daria a complexidade de no máximo por volta de 2,8 a 3 de 5 devido a quantidade de regrinhas bobas que precisa fazer após cada rodada (algo que foi fiel ao digital, mas que é calculado e executado automaticamente). Acho o jogo Sleeping Gods (3,25) mais pesado que ele por exemplo, devido a ser mais difícil de entender para onde estamos indo, e mecanicamente o que é possível de ser feito pelos jogadores.
E sobre a duração da partida, foi de 6:30 devido a ser a primeira vez que jogamos, e queríamos jogar com as regras corretas. Ao mesmo tempo considero que os jogadores devem pensar nas ações de uma só vez, meio que um pequeno debate sobre quais ações o grupo precisa executar, e a partir daí, ir executando as ações de forma sequencial sem se importar de ser “a vez do jogador X”.
No nosso grupo não aconteceu de ter um jogador alfa e sim uma discussão (às vezes breve e às vezes demorada) sobre o que fazer, algumas vezes víamos que um estava certo e outras vezes o outro e essa foi a graça do jogo pra nós, esse planejamento e discussão sobre a estratégia do jogo! Sei que para muitos isso é chato, ok eu entendo, por isso é polêmico rs… mas vai do seu grupo.
Elenquei alguns pontos principais que considero FIEL ao digital:
Mas quais os pontos que diferem do jogo digital em termos de mecânica??
Bom, não entendam mal, o jogo é bem divertido e vale a pena joga-lo mas ele teve que obviamente que passar por algumas adaptações para o board game, então abaixo eu cito as principais adaptações que me causou um pouco de estranheza (sem afetar a experiência do jogo):
Frostpunk: The Board Game Vale a pena??
Em minha honesta e isenta opinião, sim, vale muito a pena tanto para quem nunca jogou o digital e para quem jogou vale ainda mais, pois terá aquela sensação “nostálgica” de quando zerou (ou só jogou mesmo) o jogo digital. Creio que o jogo em 4 pessoas fique um tanto ruim pois será muita discussão para chegar nas decisões, e 2 pessoas (um casal talvez?) seja a melhor configuração pro jogo. Nós jogamos em 3 e foi tranquilo decidir as ações a serem realizadas.
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Fundada em 2014, a Bucaneiros se especializou no desenvolvimento e criação de novos produtos para jogos de tabuleiro moderno. Hoje conta com lojas parceiras espalhadas em todo o território nacional, se consagrando como a maior fabricante de acessórios do país. Em 2018 foi anunciada a nova fase da empresa, impulsionada pelo ótimo relacionamento com seus parceiros a Bucaneiros estreou como editora, lançando jogos internacionais e desenvolvendo jogos com temática Marvel e de outras grandes franquias.